Ontem acompanhei o ensaio dos bailarinos com a participação da galera do Brecha Coletivo no Largo e a primeira coisa que ouvi ao chegar foi: "Espera a diagonal se formar e vai". Interessante como um traço executado por corpos é complexo. Muitas repetições depois, lá estava ela, a diagonal, em sua geometria avassaladora, atravessando o Largo de ponta a ponta, preenchendo de pausas o fluxo de pedestres.
Quando, logo depois, vi uma revoada de pombos levantando voo no sentido contrário ao dos bailarinos, percebi que o pessoal da produção estava a alimentar os bichinhos desde as 7 da manhã!
Assim como os pombos, os pedestres são uma coreografia à parte: a maioria para, olha, coça o queixo, tenta entender o que se passa e segue seu caminho. Mas existem aqueles que se empolgam, como um senhor, que, junto com os bailarinos, deitou no chão, ou um bebê, que ficou estarrecido olhando pra uma bailarina que estava deitada, achando tudo máximo e batendo palminhas.
O momento (foto) em que todos os bailarinos se juntam fazendo um grande bololô, para depois saírem em atitude decidida, cada um em uma direção, é bastante pungente.
O desprendimento e dedicação dessa moçada é bacana de ver.
A cena das bicicletas rodeando o chafariz, uma das últimas do ensaio, foi coisa de cinema.
Por enquanto é isso.
Depois tem mais.
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